Uma caixa e um furo

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No mundo de hoje, os telemóveis são os meios mais usados na captação de fotografias. São dispositivos em que domina a tecnologia e que, em segundos, permitem a edição das imagens prontas para serem partilhadas nas redes sociais.

De um outro tempo, de um outro modo, a fotografia pinhole apresenta-se com total ausência de tecnologia sendo os seus resultados muito especiais.Mas esta exposição é mais do que uma mostra de fotografia pinhole porque enquadra um projeto maior: um grupo de utentes da Associação dos Albergues do Porto pólo de Campanhã no âmbito do projeto “Pátio de Miraflor”– frequentou um workshop na Galeria MIRA FORUM orientado pelo professor António Martins Teixeira. Os materiais usados foram tubos de cartão que foram transformados em câmaras com um pequeno furo para a entrada da luz. Foram usados cartolina e fita adesiva pretas, tampas de iogurte, uma agulha para fazer o furo, tesoura, lápis, régua, cola, etc. Construídas as câmaras pinhole, os participantes foram captar imagens na zona que depois foram reveladas na galeria num laboratório improvisado. A magia do olhar através da fotografia pinhole.

Os trabalhos resultado deste workshop estão expostos juntamente com fotógrafos portugueses e estrangeiros. Esta fotografia lenta tem atualmente muitos cultores e bem convive com a fotografia mobile que é lesta. Lenta e lesta o importante é fotografar explorando as potencialidades dos dispositivos.

Nesta exposição, as imagens da autoria de pessoas de países diferentes, com histórias de vida distintas, são únicas e têm um indiscutível valor plástico e estético.