Segundo o estudo de caracterização da ENIPSSA, em 2020 existiam, em Portugal:

​

• 8.209 pessoas em situação de sem-abrigo

• 1.213 das pessoas na Área Metropolitana do Porto (AMP)

• 49% das quais no concelho do Porto

• 79% da desta população é do sexo masculino

• 47% com idades entre os 45 e os 64 anos de idade

• 80% de nacionalidade portuguesa

• 42% com escolaridade ao nível do 1º ciclo

• 58% com escolaridade ao nível do 2º e 3º ciclo

• Mais de 50% dos indivíduos tem como principal fonte de rendimento o Rendimento Social de Inserção, com uma situação prolongada de sem-abrigo na AMP – 33% entre 1 e 5 anos, e 29% acima dos 5 anos

 

Esta caracterização traduz, de forma muito próxima, a realidade dos Albergues que, sendo uma resposta temporária, acaba por ser residência prolongada ou reincidente de muitas pessoas, por falta de respostas de habitação, de emprego e de integração social, e de enormes lacunas em termos de resposta para situações de doença mental, ajustadas ao perfil destas pessoas. Na base da situação de sem-abrigo, estão causas como as dependências de álcool ou de substâncias psicoativas, desemprego ou precaridade no trabalho, insuficiência financeira, ausência de suporte familiar, e de forma muito abrangente e transversal, a problemas de saúde mental, que importa ter em conta no processo de recuperação e de integração.